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Tablete de amarração

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(Do grego Katadesmos, "ligação", em latim defixio, "fixação") Na época grego-romana, um meio comum de magia hostil para amaldiçoar, seduzir ou controlar outras pessoas. Normalmente, um tablete de amarração era um texto escrito numa placa de chumbo, consagrada ritualmente e depois jogada num poço, numa fonte, num túmulo, na abertura de uma caverna ou em qualquer outro ponto de acesso ao mundo inferior. Em muitos casos, o texto mencionava as divindades do mundo inferior, especialmente Perséfone, pedindo que concedesse ao mago o poder sobre álguem, ou amarasse uma específica aos poderes do mundo dos mortos. Muitos símbolos e palavras de poder, inclusive a famosa Ephesia Grammata, costumam aparecer em tabletes de amarração.

A estabilidade química do chumbo, especialmente quando preservado em segurança sob a água ou sob o solo, fez dos tabletes de amarração um dos mais duráveis artefatos da cultura clássica, e mais de 1500 deles foram desenterrados e catalogados por estudiosos nos últimos 150 anos. Os exemplos mais antigos são da Sicília e de Ática (área próxima a Atenas, na Grécia) e datam do século V.

Na época romana (século I E.C e seguintes), a prática estava bastante disseminada. Instruções para sua confecção e consagração aparecem nos papiros mágicos greco-egípcios; feitos numa quantidade impressionante de linguas, dois tabletes de amarração feitos em chumbo na Gália romana, por exemplo, proporcionam os mais longos textos em prosa restantes da antiga língua gaulesa.

Os propósitos para os quais eram feitos e usados cobrem uma gama familiar para qualquer estudante de magia prática: amor, vingança, justiça, sucesso nos negócios ou em questões jurídicas, sorte no jogo ou no esportes, e assim por diante. As corridas de brigas, o mais popular esporte da época romana, era um assunto muito comum nos tabletes de amarração foi levado até a pista de corridas e enterrrado sob a linha de largada antes de uma corrida importante.

Os tabletes de amarração foram elementos corriqueiros da vida no mundo mediterrâneo até as proibições religiosas e muçulmanas forçaram o fim de seu uso em algum momento do século VIII. Uma intrigante coleção de exemplares ingleses data do século XVII, provavelmente da magia nesse período; é possivel que tenham surgido nessa época documentos relativos a esse método mágico tão antigo, mas não há evidências disso além dos próprios tabletes.

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